O nascimento do projeto

“Devemos construir represas de coragem para conter a correnteza do medo”. Com essa frase em mente e a ideia de que o projeto seria de uma expedição de caiaque, veio a pergunta básica: em qual rio?
O maior (e claro, o mais desafiador) é o rio Amazonas. Mas organizar uma travessia pelo maior rio é complexo e demanda muito, mas MUITO tempo de expedição. A premissa precisava ser algo que pudesse durar no máximo 30 dias e fosse em alguma região que poderia gerar um impacto positivo. Por que não remar então o segundo maior rio brasileiro?
Quando veio essa ideia, não imaginava que o segundo maior rio brasileiro fosse o rio Paraná. Imaginava alguns dos afluentes do Amazonas ou alguns dos belíssimos rios da região Norte e Nordeste, tipo Tapajós, São Francisco ou Solimões. E o mais incrível, além de ser o segundo maior rio brasileiro, a bacia do Paraná impacta diretamente a vida de mais de 60 milhões de brasileiros, abrange 10% do território e possui as quatro principais usinas hidrelétricas do Brasil, sendo uma delas a Itaipu. Seu potencial hidrelétrico representa quase 50% do potencial energético instalado no país. E nas pesquisas realizadas, ninguém havia feito uma expedição remando da sua nascente até a divisa do Brasil, com Argentina e Paraguai, em Foz do Iguaçu.
Definido o rio, o nome TRAVESSIA DO BEM veio naturalmente como batismo do projeto.
A data escolhida de saída também foi definida, 22 de setembro de 2021. Dia da Primavera. E o porquê era simples: a primavera é o renascer da vida, época do florescer, da flora e fauna desabrocharem para uma nova etapa de vida.

O PROJETO

Ao longo do planejamento, o projeto foi se definindo e o mapeamento, locais e quantidade de pontos pelos quais passaríamos definiu o perfil do projeto. Teríamos o desafio de passar por:

28

cidades

24

portos

14

Unidades de
Conservação

04

represas

E para realizar 830km de remada de caiaque, teríamos que realizar 21 etapas com média de 35km remados por dia, o que poderia representar entre seis horas em boas condições, e até 10 horas de remada por dia. A complexidade de organizar, planejar e — claro — executar, só aumentava dia a dia.