Nossos impactos

Ao longo da Jornada da Travessia não poderíamos deixar de lado a preocupação com os Impactos que uma expedição deste porte pode deixar no trajeto, e, claro, os desafios de todo o cenário que a pandemia trouxe a nossa aldeia global e à região.

Como iremos passar por mais de 260 ilhas, 24 cidades, 14 unidades de conservação e claro diversas comunidades que vivem ao longo do rio, não poderíamos de deixar passar essa oportunidade de realmente contribuir com atitudes que podem gerar bons efeitos no presente e quem sabe mudar o futuro de alguém por meio de novas possibilidades de CONEXÃO e APRENDIZAGEM.

Impacto ambiental

Em parceria com a ONG RIO PARANÁ (formada por estudantes, aposentados, ribeirinhos, filhos de pescadores, biólogos, jornalistas, advogados, fotógrafos e ambientalistas) e a UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) fechamos uma parceria pata realizar a coleta de amostras de água da nascente até Foz do Iguaçu, algo inédito para as pesquisas e estudos da UFMS.
Foram coletadas mais de 60 amostras no trajeto, com objetivo de levantar a qualidade da água ao longo do rio Paraná. E a conclusão foi a de que existem trechos do rio em que há uma alta concentração de sedimentos inorgânicos, principalmente nos trechos onde a mata ciliar tem uma faixa muito pequena ou quase inexistente de proteção do rio. O trecho mais aberto — ou seja, com baixa densidade de mata ciliar — foi entre as cidades de Panorama/SP e Primavera/SP. Trecho de difícil remada devido a entrada de ventos fortes, justamente por não contar com esse tipo de proteção em suas margens.

Impacto econômico

No mapeamento dos possíveis impactos econômicos, destacamos três pequenos portos fluviais os quais vivem comunidades de pescadores, e que possuem excelente potencial para o desenvolvimento do turismo sustentável. Porto Floresta para baixo de Porto Rico/PR, Porto Brasílio e Porto Natal em Querência do Norte/PR. São três regiões com fauna e flora bem preservadas e diversas ilhas, as quais geram excelentes oportunidades para turismo sustentável.
E quem está puxando o desenvolvimento na região é uma iniciativa do pessoal da Rota dos Pioneiros que tem um projeto da maior trilha aquática do mundo, com o ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o projeto brasileiro Rede de Trilhas (http://www.redetrilhas.org.br).
A Rota dos Pioneiros é uma trilha aquática de longo curso com quase 400 quilômetros, criada com o objetivo de conectar as unidades de conservação do rio Paraná e de seus afluentes. É dividida em três regiões: rio Paranapanema, conectando o Parque Estadual do Morro do Diabo e a Estação Ecológica do Caiuá; rio Paraná conectando a Estação Ecológica do Caiuá ao Parque Nacional de Ilha Grande, passando pelo Parque Estadual das Várzeas do rio Ivinhema — região que está sendo implantada nesta primeira etapa — e, finalmente, o lago de Itaipu, conectando o Parque Nacional de Ilha Grande ao Parque Nacional do Iguaçu.
Outro impacto mapeado foi em Três Lagoas, onde nos conectamos com uma das figuras mais singulares da expedição, o Fernando A. Ferreira. Um ser humano pra lá de inovador e curioso. Fernando é pesquisador do Instituto SENAI de Inovação em Biomassa de Três Lagoas, e desenvolveu um projeto que resolve um dos grandes problemas de impactos ambientais em rios que são represados: a proliferação de plantas aquáticas, as chamadas algas macrófitas. E o que ele conseguiu com sua pesquisa é algo surpreendente. Transformar esse excesso de matéria vegetal em biomassa, conseguindo produzir bióleo (biocombustível), bioherbicidas e bionutrientes para aplicação agrícola e até base para fabricação de cervejas.
E todo seu projeto envolve mão de obra local de ribeirinhos e comunidades que vivem do rio, dando uma excelente perspectiva de geração de renda de baixo impacto ambiental e solucionando um problema econômico para as regiões de barragem. Sua adesão à expedição, e obviamente a visibilidade do seu projeto, poderá com a divulgação deste livro, assim como o documentário, elevar sua pesquisa a novos patamares.

Na foto, com um dos membros e promotor da Rota dos Pioneiros, Anderson Pachamama.

Projeto com neutralização de carbono

Atividades humanas como produtos, serviços, construções, eventos e até uma expedição de caiaque, como a TRAVESSIA DO BEM, emitem direta ou indiretamente uma quantidade de gases de efeito estufa (GEE) que pode agravar o aquecimento global. O Programa Carbon Free foi desenvolvido pela Iniciativa Verde para que as emissões de GEE decorrentes de qualquer atividade humana possam ser compensadas ou neutralizadas por meio de recomposição florestal. Essa neutralização é direcionada via recomposição de mata atlântica, com plantio de árvores nativas de um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo gerando assim, a compensação ou a neutralização dos GEE.
O projeto da Travessia do Bem teve sua pegada de carbono neutralizada via parceria com a Iniciativa Verde e seu Programa Carbon Free.
Nossa Pegada: 25,19 ton de emissão de CO² equivalente.
Compensação: Plantio de 642m² com um total 107 árvores (um hectare de floresta no bioma mata atlântica sequestra na média 320 toneladas de carbono da atmosfera).

Certificado de Compensação Carbon Free